Falar do LaPCom é falar da Universidade de Brasília. Criada em 21 de abril de 1960, cercada pela vegetação sinuosa do Centro-oeste e idealizada pelo antropólogo Darcy Ribeiro, ao incorporar as contribuições de importantes educadores brasileiros, como Paulo Freire e Anísio Teixeira, tinha como objetivo contribuir para o “desenvolvimento nacional” – uma palavra de ordem do período, mas de forma inovadora, pública, gratuita e desvinculada de instituições religiosas. Era uma proposta que tentava romper com os muros de isolamento, com as “torres de cristal” nas quais a Ciência, distante, procurava se proteger dos conflitos e tensões da sociedade.

 

A proposta da Universidade de Brasília não estabelecia um ranking entre os saberes, mas buscava integrar humanismo, ciência, tecnologia moderna e produção cultural. No fundo, almejava-se que esses conhecimentos se unissem na construção de uma sociedade democrática e para isso, o fato de ser pensada como fundação conferiu- lhe autonomia na organização e direção (APARECIDA, 1995).

 

O modelo acadêmico e administrativo proposto também visava à articulação entre ensino, pesquisa e extensão, de forma indissociável, o que estimulou a criação de grupos de pesquisa “de olho” nos livros e na sociedade. O LaPCom foi um desses grupos, nascido em uma das unidades mais antigas da UnB, a Faculdade de Comunicação, num dos mestrados pioneiros do país. Ele é fruto dessa contagiante inquietude social da Universidade de Brasília, que foi tensionada, mas não subjugada, pelo Golpe Militar de 1964.

 

Atualmente, o Laboratório tem significativo envolvimento com a União Latina da Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (ULEPICC), com a Alaic – Associação Latino Americana de Investigadores da Comunicação, e com grupos de pesquisa de diversas universidades, em especial com o Centro de Políticas, Direito, Economia e Tecnologias das Comunicações (CCOM) e com Observatório da Radiodifusão Pública na América Lartina (PPGCom-FAC/UnB/CNPq). O LaPCom mantém ainda estreita colaboração com o Coletivo Intervozes e com o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Esse diálogo com a sociedade civil organizada e pesquisadores externos permite que o LaPCom esteja em constante efervescência acadêmica e engajamento social.


*GERALDES, Elen; SOUSA, Janara de; MONTENEGRO, Luisa; OLIVEIRA, Natália; NEGRINI, Vanessa Negrini. LaPCom: quem somos, onde estamos, para onde vamos. Revista Latino Americana de Ciência de la Comunicación. v. 13 n. 24 (13), 2017.
[*Com atualizações do Prof. Elton Bruno Pinheiro].